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O Parque Natural Baixa Limia-Serra do Xurés é um espaço natural com características biológicas e paisagísticas especiais. O ambiente foi dotado desse status de proteção em 1993, por força da Lei 4/ 1989 de conservação de espaços naturais e da flora e fauna silvestres.

Além disso, a UNESCO declarou o Parque do Xurés como Reserva da Biosfera em 2009.

Este parque de 20.920 hectares estende pelo sul da província de Ourense, ao longo da fronteira com Portugal, em simetria com o Parque Nacional Português de Peneda-Gerês . Entre as qualidades do Parque Natural destaca sua variedade de ecossistemas: vales aluviais, florestas caducifolias, paul, monte baixo e prados de montanha, entre outros. Também é preciso mencionar a grande quantidade de espécies endémicas presentes em seus habitats. Além de seu reconhecido valor natural e paisagístico, a área conta com uma interessante bagagem histórica, artística, etnográfica, gastronómica e, em geral, humana que aumenta o valor da região.

A rede de Portas do Parque Natural Baixa Limia-Serra do Xurés é uma aposta no valor da região através de 6 centros de interpretação temáticos. Estes centros dão as boas-vindas aos visitantes oferecendo-lhes informações e novas perspectivas sobre temas naturais e humanos da região como a etnografia, a geologia, a hidrologia, a história e a flora.

As Portas estão localizadas nos seis municípios que servem de entrada para o Parque Natural: Bande, Calvos de Randín, Entrimo, Lobios, Lobeira e Muíños.

O Parque Natural Baixa Limia-Serra do Xurés é um meio privilegiado que pode ser desfrutado de diversas maneiras. Talvez a mais comum seja a realização de rotas (a pé, a cavalo ou de bicicleta ) as quais permitem, de modo calmo e respeitoso com o meio ambiente, desfrutar da paisagem, da flora e da fauna do Parque e das comarcas vizinhas.

Quanto à paisagem, o Parque oferece uma grande variedade de modalidades: montanhas e vales, florestas caducifólias autóctones, florestas perenes antropizadas, monte baixo, prados, lagos glaciais, morenas…Quanto à fauna, abunda a autóctone destacando espécies protegidas como a águia real, o lobo, a nútria, a lagartixa ibérica ou a cobra-de-água-viperina. A flora do parque goza da presença de espécies endémicas, entre as quais, sem dúvida, destaca o lorón português (Prunus lusitanica), planta vestigial de outro período climático . .

Uma boa maneira de começar a visita ao Parque é visitar uma ou mais de suas portas para receber informação. A de Lobios é a sede do Parque Natural. Isso sim, lembre-se sempre durante a sua visita respeitar as indicações do pessoal do Parque e as regras do mesmo e não se esqueça de desfrutar do ambiente com respeito e sem alterar nada.

As rochas, as estruturas e as formas que exibe o Parque Natural da Baixa Limia – Serra do Xurés são o resultado de uma longa sucessão de eventos geológicos gerados ao longo de centenas de milhões de anos. Dito processo põe em manifesto o lento, mas inexorável, bater do nosso planeta.

Os materiais cristalinos que compõem o substrato do Parque são rochas metamórficas , ígneas e subvulcânicas pertencentes à Zona da Galiza-Trás-os-Montes do Maciço Hespérico. Estas foram geradas como consequência das enormes pressões e temperaturas liberadas durante a Orogênese hercínica, iniciada no final do Devónico mas cujos movimentos álgidos ocorreram durante ele Carbonífero. Todas estas rochas originadas a grandes profundidades nas raízes daquela Orogênese, hoje jazem na superfície dada a intensa erosão que sofreu a cordilheira a partir do momento em que começou a emergir -já no Cenozóico- o antigo oceano de Paleothetys. A erosão foi tão eficaz e intensa que acabou por formar uma vasta planície ou superfície de arrasamento estofada por potentes, mas descontínuos, mantos de alteração.

Estes terrenos ainda sofrerão outra importante etapa erosiva que chega até a atualidade. Um fato que começou quando os grandes blocos, após ter sido elevados por falhas alpinas, foram desprovidos dos seus mantos de alteração. Isso fez com que cada um dos trechos da antiga área de arrasamento que definia os seus topos se transformassem em outras das tantas “superfícies gravadas”. Uma alteração que, sem dúvida, desfigura mas não impede escrutar a perfeição atingida.

Para más información visite la Porta dedicada a la geología, ubicada en Entrimo.

A flora

A flora do Parque Natural e dos seus arredores têm cerca de 850 espécies de plantas vasculares silvestres ou selvagens. Isso representa cerca de um terço da flora da Galiza. Na Baixa Limia é impossível encontrar espécies vinculadas a ecossistemas costeiros e espécies que vivem exclusivamente em substratos raros, como os calcários e as serpentinas. No entanto, quase toda a biodiversidade da Galiza é representada neste encrave.

A flora do parque é quase exclusivamente silicicola, ou seja, encontra-se principalmente em substratos ácidos, granitos e quartzitos. Esta grande variedade de substratos homogêneos ou em ligeira mudança são em grande parte devido à localização biogeográfica deste território, que está entre a Região do Mediterrâneo, dominante na maior parte da Península Ibérica, e a Região Euro-Siberian, que se estende pela Europa de clima temperado e úmido.

A variedade de ambientes do Parque Natural contribui para o reconhecimento de mais de 100 comunidades de plantas, o que sem dúvida envolve o enriquecimento de sua flora.

Destacam: Carvalho, carvalho-negral, sobreiro, freixo, amieiro, bétula, medronheiro, giestas, urzes, tojos, azevinho, cravo (Dianthus langeanus), caldoneira (Echinospartum ibericum), narciso de rocha (Narcisus rupicola), Armeria humilis subsp. humilis, Galium belizianum, Armeria humilis subsp. Odorata, Xiphion boissieri, Klasea legionensis, Sedum pruinatum, Silene acutifolia, Silene marizii.

Para mais informação visite a Porta de Lobios, dedicada à flora autóctone.

A água é a grande protagonista do Parque Natural Baixa Limia – Serra do Xurés. É a essência que o sustenta e renova a cada passo e a cada instante. Sem água, o Parque torna em um ermo intransitável. A vida e o próprio homem seriam apagados da vertiginosa sucessão de seus vales e encostas e com eles os nítidos contrastes entre os agrestes topos desolados e as terras baixas, mais amáveis e férteis. Não haveria vertentes, ou bordas, ou quebradas. Não existiria o bater profundo da Terra nos mananciais termais de Lobios, nem o rumor sempre tão próximo dos numerosos saltos e cachoeiras. Sem a neve, o nevoeiro, as chuvas e sem as tempestades não poderíamos desfrutar do jogo cambiante e evanescente das sombras e cores que se projetam sobre o pano interminável das serras. Com a água, o Parque transformasse de contínuo em um murmúrio de silêncios amigável. Sem ela, o Parque não seria mais do que um perpétuo confim de solidões. Por isso, a água é a deidade do Parque, pois ela é, afinal de contas, quem o fornece de sua ressurreição constante.

Seus rios e ribeiros dividem-se em três grandes bacias: a do rio Barxa, a do rio Deva e principal, a do rio Limia. As três estão configuradas por alguns rios grandes e uma ingente quantidade de pequenos riachos com abundância de cachoeiras, típicas dos leitos de alta montanha.

Além disso, existem três represas: a de Lindoso, a de Salas e a de Olelas. Ainda assim, a maior peculiaridade das águas do Parque a configuram seus afloramentos termais. Estes estam no município de Lobios, onde podemos desfrutar de seu balneário, e no concelho de Bande, onde podemos encontrar suas piscinas termais ao lado da barragem de As Conchas (junto ao acampamento romano Aquis Querquennis).

Para mais informações visite a Porta dedicada à água, localizada em Muíños, junto ao complexo de O Corgo.

O ambiente do Parque Natural Baixa Limia-Serra do Xurés é também uma área privilegiada a nível histórico. Ao longo de toda a região encontramos vestígios visíveis de antigos assentamentos. Alguns deles têm forma de megálitos ou mamoas, grandes estruturas em forma de túmulos e dolmens. Sua função se perde nas origens dos tempos, mas constituem uma testemunha fundamental da habilidade dos antigos habitantes. Não menos interessantes são as relíquias da cultura castreja, como mostra a abundância de castros em diversas estado de conservação.

Talvez os restos arqueológicos mais impressionantes são os deixados pelos romanos , os quais submeteram aos anteriores habitantes e se estabeleceram na região. Algumas das testemunhas de sua presença são a calçada da Via Nova, o acampamento militar Aquis Querquennis ou a mansio Aquis Originis.

Outros povos que deixaram também a sua marca em sua passagem pela região foram os suevos e visigodos. Neste convulso período enquadra-se a igreja visigoda de Santa Comba de Bande, obra mais importante da arquitetura religiosa da época medieval na região.

A época moderna foi um período de maior estabilidade e enriquecimento da região, especialmente da pequena nobreza terratenente. Testemunha disso são os inúmeros paços espalhados pela zona, construídos neste período. No entanto, também houve conflitos como a guerra com Portugal da qual se conserva a estrutura conhecida como A Trincheira, localizada ao sul de Lobios e que servia para proteção de possíveis incursões portuguesas.

Do século XIX temos referências a episódios vividos na região durante a Guerra de Independência contra as tropas de Napoleão. O incidente mais conhecido ocorreu quando as tropas do Marechal Soult, em sua retirada de Portugal e sendo perseguidas pela aliança britânico-portuguesa, passaram pelo Couto Misto destruindo a documentação histórica e causando muitos estragos.

Já entrado o século XIX tiveram lugar os últimos momentos do Antigo Regime na Galiza na forma de focos de resistência Carlista, liderados por José Benito Brandon y Elices, o qual era originário de Calvos de Randín

A Comarca da Baixa Limia e da Serra do Xurés é um espaço rico em tradições e com uma cultura própria e diferenciada. Isto se deve a diferentes fatores: ao seu carácter fronteiriço, ao seu estilo de vida a cavalo entre os vales e as serras mais agrestes e à presença de singularidades como o Couto Mixto. Ofícios antigos e quase desaparecidos, uma arquitectura tradicional variada e original, uma cozinha própria e rica, um folclore valioso e antigo são apenas alguns dos atrativos etnográficos da região.

Esta enorme riqueza cultural tem sido estudada por um dos mais ilustres moradores da região nos últimos anos de sua vida, Xocas. Você pode conhecer mais sobre a sua figura e trabalhos na Porta de Lobeira.

O Couto Mixto é uma entidade única que, apesar de ter perdido suas características jurídicas, mantém muitas das suas tradições. Suas difusas origens parecem remontar à Idade Média. As teorias são diversas, mas nenhuma pode ser ainda confirmada. O que sabemos é que o Couto Mixto foi configurado como uma entidade geopolítica independente dos reinos de Espanha e Portugal. Na prática, isso significava que se governavam a si mesmos, que não contribuíam com impostos a nenhum outro reino e que as justiças de Portugal e Espanha não tinham autoridade em seu território.

O Couto Mixto era composto por três povoações: Meaus, Rubiás e Santiago. Nestes terrenos, durante séculos, seus habitantes foram independentes dos reinos da Península. Sua maior autoridade era o juiz do Couto, cargo eletivo e temporário que por sua vez recebia a ajuda de outros cargos menores, como os homens de acordo e o vigário (juiz eclesiástico). Além disso, dispunham de um caminho, o Caminho Privilegiado, para comerciar sem pagar imposto nenhum aos reinos adjacentes.

No século XIX o Couto Mixto integrou-se em Espanha e os seus privilégios desapareceram. Ainda assim, os seus habitantes mantêm de forma simbólica muitas das suas especificidades e características.

Você pode obter mais informação sobre o Couto Mixto na Porta de Santiago.

Os recursos turísticos do meio do Parque Natural Baixa Limia-Serra do Xurés são muito variados. Além do próprio Parque, com sua flora, fauna, geologia e suas espetaculares paisagens, em toda a região abundam atrativos para o visitante. Os seus itinerários a pé, de bicicleta ou a cavalo para desfrutar de sua história e natureza, as zonas de recreio e piscinas naturais, os sítios arqueológicos como o Aquis Querquennis ou o Aquis Originis, as suas pitorescas vilas e aldeias, a sua original gastronomia, a arquitectura e as suas festas são os principais encantos do enclave.

É preciso mencionar também as atividades associadas à água na região. Em diversos pontos da região existem áreas habilitadas para a prática de esportes aquáticos como canoagem ou a vela, especialmente no Complexo do Corgo, em Muíños. Além disso, conta com áreas para o banho em suas espetaculares piscinas fluviais. Não menos importante é o termalismo, dada a importante presença de afloramentos de águas termais. Nestes lugares acondicionados para o banho termal os visitantes poderão apreciar, tanto em circuitos fechados de Spa como ao ar livre, das águas termais e altamente mineralizadas da região.

 

Lobios e Os Baños (Muíños) são os pontos mais importantes de banhos termais da zona.

Tudo isto é favorecido por uns habitantes que, pelo seu carácter fronteiriço e de encrave de passagem, fazem alarde da sua hospitalidade com os visitantes.

Parque Natural Baixa Limia-Serra do Xurés

Red de “Portas do Xurés”

La Red de Portas del Parque Natural Baixa Limia-Serra do Xurés está constituida por 6 centros de interpretación que dan la bienvenida al visitante y ofrecen información sobre diferentes aspectos del Parque: naturaleza, geología, historia, etnografía… 

En esta sección encontrará información sobre el Parque Natural Baixa Limia-Serra do Xurés y la Reserva de la Biosfera Transfronteriza Gerês-Xurés (RBTGX), así como sobre los centros que integran la Red de Portas.

Web das Portas Gerês-Xurés
Web do Parque Natural Baixa Limia-Serra do Xurés